Segundo dados da Gartner, 50% dos CIOs afirmam que fariam investimentos na modernização de aplicações. Obviamente, há uma imensidão de pontos que podem ser otimizados com esses recursos, dependendo dos objetivos da empresa. 

No entanto, é certo dizer que as APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) com certeza estão entre as prioridades dos líderes, uma vez que desempenham um papel fundamental na integração de sistemas e na facilitação da troca de dados envolvendo diferentes plataformas. 

Estamos falando de ferramentas que mudaram totalmente o contexto tecnológico das empresas, que antes era marcado por processos manuais, lentos, desconexos e propensos a erros. Com a chegada dessa tecnologia, as companhias passaram a conectar os seus dispositivos de forma automatizada, permitindo uma colaboração harmoniosa e acelerando o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Ou seja, basicamente, trata-se de um formato que é indispensável dentro de um cenário competitivo e dinâmico como o atual. Nesse contexto, praticamente qualquer organização que busca lançar produtos e serviços disruptivos e se manter atualizada deve recorrer às APIs, principalmente por conta dos seguintes fatores:

  • Padronização: as interfaces eliminam a necessidade de ajustes personalizados a cada nova integração, garantindo uma abordagem uniforme e simplificada à empresa em todas as suas fases; 
  • Direcionamento de esforços: é uma ferramenta que permite aos desenvolvedores focar apenas nos dados a serem transmitidos, afastando a preocupação com as complexidades internas de cada sistema; 
  • Segurança: as APIs desempenham uma função essencial na proteção de dados, certificando que só os acessos autorizados sejam permitidos e a integridade e confidencialidade das informações permaneça; 
  • Escalabilidade: os softwares também podem ser dimensionados de maneira flexível e eficiente, de modo a se ajustarem às mudanças nas demandas, garantindo uma performance consistente em qualquer cenário de crescimento.

Portanto, não há dúvidas de que as APIs aceleram o processo de transformação digital. E o mais importante: é uma vantagem que se aplica aos mais variados propósitos.

No setor financeiro, por exemplo, as interfaces possibilitam o desenvolvimento de soluções de pagamento e análise em tempo real, aumentando a eficiência dos processos. Já no varejo, há como capacitar as empresas a oferecerem experiências de compra personalizadas e integradas, impulsionando as vendas e melhorando a fidelidade do cliente. Ou ainda podemos citar a área da saúde, em que a troca de informações entre sistemas de registros médicos é facilitada, promovendo uma melhor coordenação do cuidado e avanços na pesquisa clínica.

O céu é o limite para esse recurso – se a sua implementação estiver correta.

Desafios e tendências para as APIs

Apesar dos benefícios proporcionados pelas APIs, existem alguns desafios a serem superados. Um dos principais é a governança sobre o crescimento em escala, que envolve fatores como aplicabilidade de regras de segurança, gerenciamento de tráfego e padrões de design.

Outro ponto é o monitoramento e a observabilidade, que são vitais para a análise de métricas sobre o comportamento dos softwares, tanto em termos de desempenho quanto sob a ótica de negócio. Ter ferramentas capazes de gerar insights com base nos dados é estratégico e extremamente relevante para o processo de tomada de decisões, então não há como não alinhar as interfaces às necessidades da companhia.

Com esses focos de atenção, as empresas só têm a ganhar, especialmente se combinarem as APIs com outras tecnologias emergentes, como a computação em nuvem, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA). À medida que mais sistemas são integrados a partir da junção desses recursos, a organização torna os seus processos e serviços ainda mais fluidos e intuitivos. 

Não à toa, uma gama de empresas já vêm movendo esforços nesse sentido. O mercado compreendeu que investir nas interfaces é o mesmo que investir no futuro dos negócios, posicionando profissionais e corporações para o sucesso na realidade digital.

*Bruno dos Anjos é consultor estratégico de API na Engineering Brasil (Grupo Engineering) e tem mais de duas décadas de experiência com desenvolvimento de software. O profissional já entregou soluções de sucesso para uma ampla gama de clientes, incluindo American Express, C&A e Banco Santander. Sua expertise abrange diversas linguagens de programação, e processos de governança tecnológica.

Publicação original: IT Section

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