Dezembro de 2023 – Linguagens de programação, frameworks, plataformas e padrões: o cenário tecnológico é diversificado e vem ganhando cada vez mais complexidade à medida que as ferramentas estão evoluindo. Nesse contexto, a interoperabilidade entre as tecnologias é um desafio. Segundo a Gartner, mais de 30% do tempo de desenvolvimento desse tipo de projeto, e 50% do seu custo,  são gastos em integração de sistemas.

Atualmente, é urgente que as empresas compreendam a necessidade de se adaptarem ao cenário tecnológico, permitindo que as organizações aproveitem ao máximo as tecnologias digitais, promovam a inovação, melhorem a eficiência operacional e ofereçam experiências mais integradas aos clientes. Logo, a capacidade de integrar sistemas de forma eficaz é essencial para desbloquear o verdadeiro potencial da transformação digital.

Apesar de complicado, esse não é um desafio impossível, já que as plataformas de integração híbridas (HIP) possibilitam essa comunicação entre sistemas e dados em arquiteturas heterogêneas. Esse sistema ajuda a acelerar o processo e reduzir o custo de integração, habilitando iniciativas de transformação digital nas organizações.

Muitas empresas já adotam uma abordagem híbrida para suas infraestruturas de TI, o que significa que utilizam uma combinação de serviços em nuvem e recursos locais (como data centers físicos). Uma HIP permite que todos estes sistemas conversem entre si, além de fornecer a capacidade de monitorar e controlar todos estes ambientes em um único lugar, por meio de uma visão centralizada.

Mais de uma vantagem

Para além dessa funcionalidade, uma HIP pode acelerar o tempo de lançamento de produtos e serviços nos canais digitais. Isso ocorre porque a plataforma simplifica e agiliza a integração entre sistemas, reduzindo o tempo necessário para conectar novos recursos ou serviços aos canais digitais. Como resultado, as empresas podem responder de maneira mais rápida às demandas do mercado e lançar inovações de forma mais eficiente.

Além disso, ao integrar diferentes sistemas e dados, a plataforma contribui para uma experiência de usuário mais integrada e consistente, pois facilita a entrega de informações e serviços de forma coesa em todos os pontos de contato. A integração de dados também possibilita a coleta de informações sobre o comportamento do usuário de maneira abrangente, e, a partir da análise dessas informações, as empresas podem obter insights valiosos sobre as preferências, padrões de uso e necessidades dos usuários, promovendo uma melhor personalização do serviço.

Como habilitadora para a modernização de sistemas, a HIP fornece uma variedade de conectores pré-construídos para sistemas populares e tecnologias. Ao ter esses recursos prontos, os desenvolvedores economizam tempo e esforço, acelerando o processo de integração. Além disso, esses tipos de plataformas também contam com uma interface No Code (sem a necessidade de programação), o que facilita a construção de lógicas de integração, sem a necessidade de contar com um especialista em programação para criar fluxos de integração entre sistemas.

Com isso, esse tipo de plataforma não apenas facilita o desenvolvimento de integrações, mas também gerencia todos os seus ciclos de vida . Isso inclui mecanismos para controlar o processo de construção (build), implementação (deploy), documentação e gestão contínua das APIs e integrações ao longo do tempo, sendo  vital para garantir a estabilidade, segurança e evolução contínua das soluções de integração.

Detalhes essenciais que merecem atenção

Apesar das diversas vantagens, existem características essenciais que as plataformas de integração híbrida devem possuir para serem eficazes em ambientes empresariais diversos, e é necessário ficar atento a alguns detalhes técnicos ao adotar esse tipo de solução.

É comum que as empresas implementem diferentes abordagens arquiteturais para seus sistemas, como arquiteturas monolíticas, microservices ou modelos orientados a eventos. Nesse sentido, uma plataforma de integração híbrida precisa ser flexível o suficiente para se adaptar a essas diversas abordagens.

Além disso, as integrações modernas frequentemente se baseiam em padrões amplamente reconhecidos, como REST APIs (Interface de Programação de Aplicações baseada em Transferência de Estado Representacional) e arquiteturas orientadas a eventos, por isso, é ideal que a plataforma ofereça suporte a esses formatos conhecidos de mercado.

A capacidade de se adaptar facilmente ao modelo de negócios da empresa também é fundamental. A plataforma de integração deve ser configurável e personalizável para atender às necessidades específicas da organização, garantindo que ela possa ser integrada de maneira eficiente nos processos existentes. Na intenção de acelerar o desenvolvimento e evitar duplicação de esforços na criação de APIs e serviços, é importante que a plataforma facilite a colaboração entre diferentes equipes.

Ser construída sob uma stack tecnológica moderna e leve também é essencial para garantir eficiência e otimização no uso de recursos computacionais, por isso é importante estar atento a esse detalhe. Isso ganha mais peso especialmente quando se trata de custos associados a recursos como CPU e Memória, que são recursos computacionais comumente limitados e onerosos. A capacidade de executar a mesma carga de trabalho com menor utilização desses recursos é econômica e sustentável.

Além disso, a segurança é um fator crucial para uma plataforma de integração híbrida, já que nela trafegam dados sensíveis de clientes e da organização. Logo, é imprescindível que a plataforma forneça capacidades para a segurança destes dados, como criptografias de dados em trânsito e em repouso, protocolos de segurança, mascaramento de dados e logs para auditorias.

Diante desse cenário, está claro que a transformação digital não é mais uma perspectiva futura, mas sim uma realidade atual. As empresas já estão imersas nesse cenário, onde a tecnologia desempenha um papel central na forma como operam, interagem com clientes e conduzem seus negócios.

Seja sozinha, ou somada à Inteligência Artificial, a plataforma de integração híbrida é parte fundamental do que vem por aí, e uma tendência cada vez mais comum nesse cenário, capaz de impulsionar a automação e a eficiência nos processos relacionados à integração de sistemas.  É inegável, portanto, que as empresas que monitorarem atentamente esse percurso delineado no cenário digital assegurarão sua relevância no mercado futuro.

*Com MBA em gerenciamento de projetos pelo IBTA – Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada, Willy Sousa acumula 15 anos de experiência na área, tendo passagens pela TIVIT, ZUP, Telefônica, entre outras. Atualmente, é o diretor de Produtos e Tecnologia da Engineering Brasil, sendo o responsável por todo o portfólio da empresa.

Publicação original: TI Inside

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